Na última década começamos a vivenciar uma revolução digital que tomou proporções exponenciais nos últimos cinco anos, seja no âmbito do volume de dados gerado no universo digital, na quantidade de aplicações que suportamos e utilizamos diariamente ou na quantidade de usuários conectados por meio dos mais variados dispositivos móveis. Quando olhamos para esta revolução, uma das grandes tendências e respostas é a computação em nuvem.
Desde quando foi designado pelo NIST (National Institute of Standards and Technology) como um modelo que permite acesso a um conjunto compartilhado de recursos computacionais configurados, o conceito de computação em nuvem ganhou atenção de diversos mercados por conta da sua eficiência processual. Com esta inovação, cada vez mais as organizações amadureceram a ideia de irem para a nuvem, mas esquecem de aterem sobre qual será o modelo mais adequado.
É preciso explicar! A computação em nuvem pode ser composta por cinco características básicas: on-demand self-service, broad network access, resource pooling, rapid elasticity e measured service. Um dos principais pilares tecnológicos que sua infraestrutura de TI deve ter como base para compor estas cinco características é a virtualização. Antes de tudo é necessário expandir o uso da virtualização para as camadas de infraestrutura de redes e de armazenamento.
Definindo as camadas da infraestrutura por software é possível obter níveis de agilidade, disponibilidade, utilização, programabilidade e controle muito mais altos do que o convencional, permitindo que sua infraestrutura se torne uma fundação adequada para se alcançar às cinco características citadas e, normalmente, este deve ser o passo inicial para atingir a maturidade durante a jornada rumo à nuvem.
Toda esta infraestrutura de computação em nuvem pode ser implantada através de quatro modelos: privada, comunitária, pública e híbrida. O primeiro modelo é apontado por diversas pesquisas no mercado como o caminho mais propício e o que deve ser percorrido nas estratégias dos CIOs. A infraestrutura de nuvem é provisionada exclusivamente para o uso de uma única organização e seus diversos clientes são as linhas de negócios ou departamentos internos.
O conceito de comunidade ainda não é muito utilizado no Brasil, mas alguns executivos compreendem a utilização da infraestrutura de nuvem para uso exclusivo de uma comunidade de organizações, nas quais têm requisitos como compliance e segurança em comum.
O modelo de nuvem pública é o mais comum e talvez o de maior impacto no mercado de TI mundial. Quando ouvimos falar das plataformas AWS da Amazon, Cloud Platform do Google, Azure da Microsoft ou vCloud Air da VMware estamos falando de uma infraestrutura de nuvem provisionada para uso de propósito geral.
O último dos quatro modelos, o híbrido é aquele que os grandes players da indústria acreditam como ideal e que deve ser alcançado pelos CIOs em suas estratégias de computação em nuvem. Neste modelo de nuvem, a infraestrutura é uma composição de duas ou mais nuvens que permanecem como entidades únicas, mas se integram por meio de padrões permitindo a portabilidade de dados e aplicações.
Além de definir o modelo de implementação, é necessário também escolher quais dos três modelos de serviços serão mais propícios para o seu negócio. São eles: Infrastructure as a Service (IaaS), Platform as a Service (PaaS) ou SaaS (Software as a Service). No primeiro modelo todas as camadas da infraestrutura de nuvem são entregues para o usuário, contendo máquinas virtuais com determinadas capacidades de processamento, volumes de armazenamento e até um compartilhamento de rede SMB ou NFS.
Já no modelo PaaS são agregados serviços de middleware, data fabric e ferramentas de desenvolvimento, como por exemplo, linguagens de programação, bibliotecas e até frameworks de desenvolvimento aos serviços de IaaS. O terceiro modelo, o SaaS, é considerado um dos serviços em nuvem que mais cresce em adeptos se comparado aos demais por ser mais transparente e por permitir que os usuários acessem aplicações completas como serviço.
É importante frisar que vivemos um momento em que diversas indústrias e modelos de negócios estão se transformando. Com isso, as empresas descobrem novas oportunidades de maneira preditiva em seus mercados. A grande tônica é entregar uma experiência mais pessoal em seus produtos e serviços, além de ser capaz de inovar de maneira mais rápida e de operar, e reagir, a eventos em tempo real conforme a dinâmica de cada indústria.
Toda esta transformação dos modelos de negócios e aplicações traz também inovações para a infraestrutura de TI, tornando a computação em nuvem a nova cara da TI, pois é possível continuar atendendo as necessidades das linhas de negócios ou departamentos internos na velocidade em que cada mercado exige e, em alguns casos, contribuir para a reduções de custos. Afinal, o tempo corre e você precisa estar nas nuvens à sua maneira.
*Willian Porfirio é especialista de produtos da Divisão de Plataformas da Sonda IT.
Fonte; Computer World
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