O processo de avaliação e escolha dos finalistas para o IT Leaders é, todo ano, uma tarefa árdua. São centenas de participantes (mais de 300 este ano), perto de 80 questões respondidas por cada um e dois tipos de projetos apresentados: “IT Leaders” e “Inovação”.
Os projetos considerados de “IT Leaders” são aqueles voltados para a atividade tecnológica, com foco em suportar a infraestrutura corporativa, suas atividades internas e os objetivos das linhas de negócios. Nessa categoria estão os chamados líderes funcionais e transformacionais (TI como suporte do negócio).
Já a coluna com os projetos de inovação, esta sim mostra como o executivo consegue deixar as atividades funcionais e transformacionais para assumir o papel de estrategista de negócios, usando a tecnologia como ferramenta de ruptura de modelos, crescimento e competitividade.
A crise econômica certamente não deixou impunes os CIOs neste ano. Tivemos uma redução expressiva na submissão de projetos de inovação, sendo que muitos CIOs tiveram de congelar projetos anteriores ou postergar outros. O principal motivo está claramente relacionado aos reflexos da situação política e econômica do país, explicitados inclusive por alguns IT Leaders com frases como “não houve orçamento para inovação”. Tradicionalmente imune aos soluços da economia, o setor de TI sentiu os sintomas da desaceleração das atividades econômicas.
A boa notícia é que uma parcela pequena de IT Leaders conseguiu de fato inovar no meio da tempestade. Feito importantíssimo para as corporações em tempos de crise. Esses projetos contribuíram para uma maior diferenciação do executivo em relação aos seus concorrentes. Mais beneficiadas que seus executivos de TI são certamente as empresas que os empregam, porque seguramente sairão da crise fortalecidas.
O gestor que conseguiu inovar é realmente um líder corporativo, capaz de superar desafios. Especialmente aqueles impostos pela falta de um grande orçamento para realizar mudanças. Nesse item, o ano mostrou seu lado cruel: apenas 50% dos CIOs disseram que conseguiram ter orçamentos maiores que em 2014, embora 53% das empresas cobrem diretamente do seu líder de TI a iniciativa da inovação.
Por conta da dificuldade de inovar em meio à crise, em 2015 decidimos que os projetos de coluna de “Inovação” teriam seu peso aumentado em relação aos anos anteriores sobre a nota final.
Para a pontuação dos projetos inovadores, foi levado em consideração o quanto a solução é efetivamente inovadora no segmento de atuação da empresa e quanto contribuiu para o cliente final e para o resultado da companhia. A região e o tamanho da corporação também foram considerados na pontuação.
Foram submetidos projetos de diversos tipos – e não nos cabe aqui discutir o conteúdo –, poucos realmente inovadores, de alto valor agregado para os clientes e com retorno para o negócio claramente quantificado. Outros projetos eram muito voltados ao operacional, centrados em TI ou com nenhum ganho quantificado.
Muitos projetos apresentados tinham foco na continuidade das operações. De certa forma, viu-se que as atividades voltadas para a continuidade foram menos impactadas ao longo do ano. Vários projetos focaram a manutenção da saúde do ambiente tecnológico, através da atualização e renovação de equipamentos (de centrais telefônicas e firewalls a datacenters completos) e de atualização ou migração de software (de infraestrutura, ferramentas e aplicativos).
Muitos CIOs estão mais focados em redução de custos, que só funciona se for associada a uma melhoria de eficiência ou produtividade, e isso vale tanto para a área de TI (Tecnologia da Informação) como para todo o negócio.
Ao final, após ver a pontuação das diversas categorias e as descrições dos projetos, é fácil confirmar que 2015 está sendo um ano bastante desafiador para os líderes de TI.
(*) Pietro Delai é Gerente de Pesquisa e Consultoria na IDC, responsável pela pesquisa IT Leaders 2015
Fonte: CIO
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