sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Procuradoria verifica Windows 10 por quebra de confidencialidade

Crédito: Gazeta Russa
O escritório de advocacia "Bubnov e associados" pediu ao procurador-geral da Federação da Rússia, Iúri Tchaika, que envie à companhia Microsoft uma recomendação à Microsoft para que essa repare as violações legais que o novo sistema Windows 10 estaria apresentando, informou à agência Ria Nôvosti o advogado  Aleksêi Kuznetsov.  
No requerimento da firma de advocacia lê-se que o Windows 10, lançado no final de julho, é uma ameaça à confidencialidade das informações dos usuários, o que representa uma violação da seção da legislação russa que trata sobre dados pessoais e da lei sobre atividades jurídicas.
Kuznetsov, que participou indiretamente da preparação do documento à Procuradoria, disse ao portal Gazeta.Ru que a preocupação com os usuários surgiu após o escritório instalar o sistema.
"Entendemos que o Windows 10 não garante a armazenagem dos segredos de advocacia e viola a lei sobre o armazenamento de dados pessoais. Também planejamos realizar uma perícia para entender se o Windows 10 realmente ameaça a confidencialidade dos usuários", disse.
A reclamação já havia sido registrada pelo deputado Vadim Soloviov, da fração do Partido Comunista da Federação da Rússia. Ele afirma que, pelo fato de muitos órgãos e instituições públicas usarem o sistema, é possível que informações secretas vazem para serviços de inteligência estrangeiros.
Em resposta, a companhia norte-americana negou qualquer violação de confidencialidade pelo Windows 10 e afirmou que o sistema operacional permite que os clientes escolham por si próprios como são usados seus dados.
Essas escolhas, de acordo com comunicado da Microsoft à agência Ria-Nôvosti, também poderiam ser alteradas a qualquer momento, segundo o gosto do usuário.
A Microsoft afirmou ainda que não cede a qualquer governo acesso a e-mails e outras formas de comunicação.
Os advogados do escritório afirmam que o Windows 10 salva correspondências de e-mail dos usuários, além do histórico de sites visitados, para repassá-los a terceiros, inclusive serviços de inteligência.
Um dos maiores especialistas em análise de vírus eletrônicos do país, Artiom Barabanov, da ESET Russia não compartilha do temor do escritorio de advocacia, e reafirma que as configurações são escolhidas pelo usuário.
"O aumento da quantidade de configurações de confidencialidade está ligado a uma integração maior da rede de serviços com o próprio sistema operacional e com a comodidade do usuário", diz.
No caso da proteção de dados de órgãos estatais, ele relembra que a questão da instalação de sistemas operacionais nacionais ou Linux foi levantada ainda antes do lançamento do Windows 10.
No passado, a Apple já foi alvo de uma série de reclamações referentes à retenção de dados dos usuários.
Assim, em 2012 a companhia teve que responder a 19 processos sobre o envio automático a iPhones e iPad de dados de localização dos aparelhos nos servidores da Apple.
Além disso, a companhia foi acusada de ceder a anunciantes a possibilidade de recolher secretamente informações sobre as atividades dos usuários de aparelhos móveis.

Fonte: Gazeta Russa

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