As empresas já não recorrem à cloud apenas em busca de redução de custos. O conceito se tornou um vetor de impulso à inovação e ao crescimento. Metade das companhias (53%) espera que a adoção de recursos de computação em nuvem gere um aumento de suas receitas ao longo dos próximos dois anos.
A revelação é de um estudo global da IDC encomendado pela Cisco, que indica o surgimento de uma segunda onda de adoção do conceito. O levantamento revela, porém, um desafio: apenas 1% das organizações ouvidas dispõem de uma estratégia otimizada e 32% não possuem qualquer estratégia para abraçarem o modelo computacional.
A pesquisa realizada junto a executivos de 3,4 mil empresas em 17 países mostra que 44% das companhias ou já implantaram ou têm planos concretos de implementação de nuvem privada, enquanto 64% dos interessados estão buscando soluções de nuvem híbrida.
A consultoria lista cinco estágios de maturidade de cloud: ad hoc, oportunista, repetível, gerenciada e otimizada. Com base nisso, revela que as empresas que aumentam sua maturidade de nuvem do nível mais baixo - ad hoc - para os mais altos de nuvem otimizada, apresentam os seguintes resultados significativos.
Nesse processo, 10% ampliaram receitas; 77% reduziram custos de TI; 99% diminuíram o tempo de prestação de serviços e aplicações de tecnologia; e 72% ganharam capacidade no departamento de TI para atender ao nível de serviço (SLAs). Outro beneficio verificado versa sobre a capacidade duplicada de investimento em novos projetos para impulsionar a inovação.
O estudo também quantificou os benefícios econômicos identificados nas empresas que adotaram nuvens mais “maduras”. As empresas analisadas apresentam em média US$ 1,6 milhão em receitas adicionais por aplicação implementada em nuvem privada ou pública. Essas organizações também registraram redução de custos de US$ 1,2 milhão por aplicação baseado na nuvem.
Os aumentos de receita resultaram, em grande parte, das vendas de novos produtos e serviços, aquisição de novos clientes ou expansão das vendas para novos mercados. As empresas atribuíram os ganhos de receita à transferência de recursos de TI - de atividades tradicionais de manutenção de TI para iniciativas novas, mais estratégicas e inovadoras.
A redução de custos operacionais associados à nuvem é proveniente das vantagens de operação em um ambiente com maior poder de escala, confiabilidade e desempenho. Essas vantagens incluem maior agilidade, maior produtividade dos funcionários, mitigação de riscos, redução de custos de infraestrutura e benefícios de código aberto.
Relação entre nuvem e resultados
“A nuvem privada permite melhor utilização de investimentos, maior escala e menor tempo de resposta às solicitações, com maior controle dos recursos dedicados a TI nas empresas”, estampa um documento enviado pela provedora de equipamentos de redes.
Já a adoção da nuvem híbrida pode ser mais complexa do que a dos outros modelos. O modelo exige portabilidade de carga de trabalho, segurança e implantação de políticas específicas. Esses requisitos foram evidenciados pelo estudo, que mostrou que até 70% dos entrevistados esperam migrar dados entre nuvens públicas e privadas (ou entre vários provedores de computação em nuvem), com alto nível de segurança e pré-requisitos de políticas.
Adoção por país...
O grau de “maturidade” de cloud computing varia conforme o país, com os Estados Unidos e a América Latina entre as regiões com o maior percentual de empresas com estratégias de nuvem repetível, gerenciada ou otimizada, e o Japão curiosamente com o menor número entre os países que participaram do estudo.
O estudo observa a porcentagem de empresas com adoção da nuvem madura em cada país. O levantamento aponta que 34% das organizações nos Estados Unidos, seguido por América Latina (29%), Reino Unido (27%), França (22%), Alemanha (21%), Austrália e Canadá (ambos com 19%), Coréia (18%), Holanda (17%) e Japão (9%)
... e por setor
Em termos de indústria, o setor de manufatura tem a maior porcentagem de empresas em um dos níveis de adoção de nuvem (com 33%), seguido das áreas de TI (30%), finanças (29%) e saúde (28%). Os níveis mais baixos de adoção registrados, na classificação por setor, foram governo/educação e serviços profissionais (22% cada) e varejo/atacado (20%).
Ainda na classificação por indústria, os setores de serviços profissionais, tecnologia, transporte, telecomunicações e de utilidades esperam maior impacto sobre seus indicadores-chave de desempenho (KPIs).
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