segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Redes inteligentes já são realidade para grandes consumidores de energia elétrica

As concessionárias de energia estão instalando grandes redes de transmissão de dados para se adaptarem à nova realidade das smart grids (SG), ou redes inteligentes. É consenso no setor que as SG gerem benefícios a toda a cadeia - do governo, passando pelas concessionárias, até o usuário final. A única dúvida, apontada no Fórum Smart Grid, ocorrido nesta terça-feira, 18, em São Paulo, reside em quem pagará a conta do investimento.
Empresas do setor argumentam que o investimento na modernização das rede deve ser compartilhado com o poder pública, tendo em vista que as smart grid reduzem riscos e aumentam a eficiência energética.
Entre os benefícios para as empresas estão a redução de custos, gestão dos ativos de mediação e proteção da receita; para os clientes as vantagens são gestão do consumo, agilidade na detecção de falta de energia e monitoramento da qualidade.
Os resultados justificam o investimento e, por isso, mesmo com o impasse algumas concessionárias avançam na implantação das smart grids, principalmente para a gestão da base de clientes de alto consumo.
Uma delas é a CPFL. Com três centros automatizados - para medição, despacho e operação de sistema - companhia hoje já despacha ordens de serviços remotamente e algo entre 25 mil e 26 mil medidores inteligentes, além de quase 5 mil chaves automatizadas.
"Para isso, a infraestrutura de telecom tem que ser eficiente. Implantamos uma rede Mesh que suporta esta operação", conta Paulo Ricardo Bombassaro, diretor de engenharia da CPFL. A rede Mesh, ou rede de malha, é uma alternativa de protocolo ao padrão 802.11 para diretrizes de tráfego de dados e voz, em substituição às redes a cabo ou infraestrutura wireless.
Fornecida pela Silver Spring Networks, a rede Mesh interliga os medidores à central da CPFL em Campinas, no interior de São Paulo.
Junto com a rede, a CPFL também implementou um sistema ERP (enterprise resource planning) e um sistema de bilhetagem (billing), para faturamento do serviço. Toda esta estrutura, segundo Bombassaro, foi projetada para suportar a operação futura da CPFL. "Este é um projeto feito pra o Grupo A, que representa cerca de 40% do faturamento da empresa", indica.
Para atender aos consumidores medianos (Grupo B), a CPFL tem em curso um RFP (request for proposal), com algumas provas de conceito para avaliar as tecnologias. O projeto deve atender a 2 milhões de clientes, quando estiver a pleno vapor, mas já há medidores inteligentes operando em 100 clientes; e 200 em condomínios horizontai. A implementação em larga escala deve ser iniciada em alguns meses, segundo Bombassaro, assim que o sistema for homologado pelo Inmetro.
“Com a rede Mesh instalamos o centro de gerenciamento e o sistema MDM (mobile device management)”, informa o executivo, ao informar que o centro, instalado em Campinas, atende a todas as empresas do grupo e gerencia, atualmente, mais de 20 mil medidores.
Continuidade do serviço
Para reduzir as interrupções no fornecimento de energia, a Elektro passou a investir, em 2013, na automatização da rede. Também começando pelo Grupo A (alto consumo), a empresa implementou rede e medidores com tecnologia GPRS - tecnologia que tem o objetivo de aumentar as taxas de transferência de dados entre celulares, facilitando a comunicação e o acesso a redes, para conectar os consumidores a ao centro de operação.
“Enfrentamos dificuldades para trabalhar com rede Mesh”, diz André Augusto Telles Moreira, diretor de operações da Elektro, ao dizer que a infraestrutura atende a 90% dos consumidores de alto consumo e o restante é conectado à rede por Bluetooth.
Ano passado (2014), a Elektro iniciou teste da plataforma PLC-RF - rede dupla para suportar dispositivos alimentados com bateria e operados com e sem fio – em São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo. Na cidade já estão conectados bicicletas e ônibus elétricos à rede da Elektro.
Com a rede automatizada, a empresa também testa os serviços de corte e religa remotos utilizando rede RF Mesh no Guarujá, litoral paulista. “Estams testando o modelo. Das 170 estações, 120 já estão automatizadas”, informa Moreira.
Escrito por Jackeline Carvalho  

Fonte: JPNews

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