sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Google investe para ser opção em cloud pública no Brasil

A Google está decida a fazer das ofertas de cloud um serviço tão o mais rentável para a empresa quanto o de publicidade digital. E o caminho para isso é aculturar o mercado para os benefícios dos serviços de cloud pública enquanto trata de consolidar sua credibilidade como fornecedora desses serviços.
Hoje, a plataforma de nuvem da empresa continua a ser menos popular que as das suas maiores concorrentes, Amazon Web Services e Microsoft Azure. Até aqui, o argumenta mais usado pela empresa a seu favor era o de que a sua experiência como uma empresa nativa de Internet a credenciava naturalmente como uma escolha lógica para as empresas que procuram comprar nuvem pública. Mas ele tem sido pouco eficaz, visto que as concorrentes também tem tradição na oferta de serviços internet.
Diante disso, a Google decidiu adotar uma postura mais agressiva. Há poucos dias, anunciou Diane Greene, uma das co-fundadoras da VMware, como supervisora da divisão de serviços de cloud computing, incluindo o Google for Work, a Google Cloud Platform e o Google Apps. Greene, que já integrava o conselho de diretores da Google há três anos, assumiu o cargo depois que a gigante das buscas concordou em adquirir a Bebop, uma startup especializada na construção e manutenção de aplicações empresariais.
No terreno do Google for Works, a opção foi dar às organizações acesso gratuito ao pacote de produtividade Google Apps enquanto durar o contrato dessas organizações com as suas concorrentes. Notadamente, a Microsoft. com o seu Office 365. A promoção, recém anunciada no Brasil, teve início após a perde de um dos primeiros clientes do Google Apps, a General Electric, para a Microsoft.
A Google enxerga os serviços Google Apps e o Google for Work como portas de entrada para todos os seus serviços de nuvem. Prova disso, orecente hangout com Marcelo Koji, CIO do Magazine Luiza. Vale ouvir a partir do minuto 12:43. De acordo com Koji, a adoção das ferramentas de colaboração e produtividade do Google for Work foi o primeiro passo da empresa em direção ao modelo de TI self-service. Serviu para mudar a cultura de toda a empresa, e principalmente do departamento de TI, em sua jornada para nuvem.
A plataforma de nuvem e o Brasil 

Até aqui, a grande maioria dos clientes plataforma de nuvem Google é composta por startups da nova economia digital. As maiores histórias de sucesso são as do Snapchat e a Khan Academy, ambas construídas com o Google App Engine PaaS. O grande esforço da Google, daqui para frente, é provar que pode ser também a melhor opção de serviços de cloud pública para empresas, de qualquer porte, com ofertas de melhor relação custo/benefício. Foi para conhecer um pouco dessa estratégia no Brasil que fui conversar, esta semana, com o Fabio Andreotti, Head of Google Cloud Platform LatAm.

Ele conta que com as empresas olhando cada vez mais para a nuvem, entendendo que suas estratégias passam necessariamente pela adoção do modelo, por conta da flexibilidade e agilidade oferecidas, a Google decidiu colocar à disposição do mercado toda a sua experiência com a gestão de grande volume de dados, considerando escalabilidade, segurança e desempenho. "O que estamos fazendo é produtizar toda essa infraestrutura, mas principalmente todo esse conhecimento, para o mercado, para que as empresas possam rodar suas aplicações dentro da mesma plataforma que tem todo o poder do buscador que deu origem à empresa", diz Andreotti.
As ofertas da Google Cloud Platform podem ser divididas em quatro pilares: Computação (IaaS, PaaS e containers), Storage (do armazenamento mais simples ao armazenamento de grandes bases de dados não estruturadas e de dados de IoT, com destaque para o storageNearline, a frio mas com características de desempenho de storage online, como tempo de recuperação de 5 segundos, ao custo de 1 centavo de dólar por gigabyte para backup e disaster recovery), Big Data e Analytics (onde está a maior experiência do Google, base da oferta do serviço gerenciado, cobrado pelo volume de análises) e Serviços de gerenciamento (de implantação, de falhas) e de monitoramento.
Todo o portfólio, disponível no modelo self service a partir do site cloud.google.com, já pode ser contratado por empresas brasileiras. Como exemplos de clientes no país Andreotti cita a SulAmérica, o Grupo NZN, a Easy Táxi, a Mobi, a Movile (Apontador e MapLink) e muitas startups. No mundo todo são mais de 4 milhões de aplicações ativas na nuvem Google, de pequenas a grandes, como Coca-Cola,  Macy’s e Sony.
Para dar suporte a todas essas frentes, a equipe de Andreotti está crescendo. "A gente vem contratando aqui no Brasil e em toda a América Latina, em todos os departamentos, vendas, suporte, engenharia e marketing", explica. A divulgação é feita através do site self service, do blog, do Youtube e da participação em eventos. "A gente acredita que quanto mais online a gente for, mais simples a gente será", diz o executivo.
Preço, segurança e disponibilidade

"Chegamos para ser o verdadeiro serviço pago sob demanda. esse é o conceito pelo qual estamos nos pautando", afirma Andreotti, ressaltando o que considera ser um diferencial importante da Google Cloud Platform: o modelo de precificação. "A gente cobra por minuto de uso, e dá descontos mensais calculados a partir do volume de uso. Quanto mais o cliente usa, menos ele paga", completa. A aferição do uso é feita mês a mês.

Na comparação de preço, mesmo para o Brasil, mesmo com a cobrança feita em dólar, os serviços do Google conseguem ser 40% mais baixos, segundo Andreotti, por conta dos descontos mensais.
A falta de um data center local não é encarada pelo executivo como um problema. "A gente não acredita que é pondo um data center aqui que a gente vai te oferecer mais segurança ou disponibilidade", argumenta o executivo. Na opinião da equipe do Google a segurança vem da combinação de muitos elementos. Entre eles a possibilidade de contar com mais de 500 engenheiros renomados na área de segurança. "Nenhuma outra empresa hoje, que tenha o seu próprio data center, tem a possibilidade de contar com uma equipe dessas. A prova é que os últimos grandes vazamentos que tivemos notícias aconteceram em empresas com data centers próprios", diz o executivo, ressaltando que o contrato da Google assegura também a propriedade do dado do cliente. "A gente assume o compromisso de não fazer nenhum uso desse dado".
Com relação a disponibilidade, Andreotti explica que o Google tem quatro regiões hoje (duas nos Estados Unidos, uma na Europa e outra na Ásia), cada uma delas com redundâncias, chamadas de zonas. Elas suportam a estratégia de particionar os dados, de modo a distribuí-los automaticamente para várias regiões para assegurar a disponibilidade maior. O SLA da companhia assegura disponibilidade de 99,9%, sem janela de manutenção.
Evangelização

"O grande obstáculo  para a adoção maior de cloud hoje é conhecimento", afirma Andreotti, lembrando que o Google tem uma equipe dedicada a levar esse conhecimento ao mercado. "A verdade é que todo mundo tem medo do que não conhece".

A Google acredita que cloud é um jogo que está muito no começo, ainda. Quanto mais SaaS os consumidores forem consumindo, mais contato eles terão com a nuvem. Daí a estratégia agressiva com o Google for Work.
"A gente não quer repetir o que outras fornecedoras de cloud estão fazendo. O Google quer ser percebido como o produto de cloud mais inovador. Temos um modelo próprio e acreditamos nele. No nosso modelo de preço e na oferta das melhorares práticas", diz Andreotti.
Isso passa por fazer com que as empresas enxerguem a nuvem não como um outro lugar onde elas possam colocar suas aplicações, mas como o lugar onde elas desenvolvem software.
    Fonte: CIO

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